
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Ah, solidão minha velha amiga...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Devaneios.
Em mais uma tentativa de espairecer deixei para trás o livro marcado na metade, o lençol bagunçado, as cinzas de cigarro junto ao copo de Whisky barato meiado com pedras de gelo que já derretera, levei comigo apenas a carteira, as chaves e minhas angústias. Desço pelas escadas escuras, tateando as paredes até que me deparo com o mundo visto de fora.. O vento soprava tão gélido como de costume, estava com meu casaco de sempre, que para amenizar o frio físico já era o bastante, mas totalmente inútil para o que sentira por dentro, frio que nem o casaco de pele mais caro do mundo resolveria.
Ali, os mesmo bancos vazios, pessoas que passam rapidamente, perco-as de vista em questão de segundos, vão e vem entre as ruas.. Tão igual a minha vida.
Após alguns minutos de caminhada de mãos dadas com meus pensamentos, avisto aquele café que costumava frequentar a meses atrás. Retiro o casaco segurando-o nas mãos e sigo em direção aquela mesa, a do cantinho, perto da janela que sempre ficara a observar, e sento-me na mesma cadeira, tomei o cardápio em mãos, e mesmo já o sabendo todo decorado passo os olhos por ele, assim, sem ler nada que estava escrito, apenas por distração. Ao levantar o olhar em direção ao balcão aquela moça que me parecia tão familiar sorri, em passos rápidos caminha em minha direção. Logo volto ao cardápio, dessa vez para ter certeza se tudo permanecia igual, até que se posicionou tão próximo a mim que pude sentir sua panturrilha recostar sob a minha e timidamente ser retirada o quanto antes, acompanhada de seu bloquinho de notas numa mão e caneta na outra. Deixo jogado sob a mesa o que estava em mãos, nossos olhares se encontraram e permaneceram estáticos até que num tom suave me dirige a palavra:
– A quanto tempo não a vejo! Costumava vir todos os dias, sempre acompanhada de uma bela moça. - Olhava para mim com um sorriso gentil.
Creio que minha expressão não soou muito simpática, mas me esforcei ao máximo para demonstrar um sorriso, por mais falso e vazio que fosse. A última frase conjugada no passado, a bela moça que já não me acompanha mais, nem ao café da esquina. Lembranças que me fizeram ficar em silêncio por alguns segundos, diria até que por minutos, poderia permanecer nelas por um longo tempo como fazia parte da minha rotina, caso a garçonete não o desfizesse, rasgando-o insistindo por uma resposta:
– Que bom que veio! Posso ajudá-la?
Inevitável não ficar alguns segundos admirando o sorriso daquela moça, que nunca havia percebido o quão bonito era, respondo-lhe em seguida:
– Não. Aliás, não há alguém que possa.
Esbarro-a meio bruscamente quando levanto-me as pressas da mesa, queria apenas correr dali... Correr, o que infelizmente não é possível fazer em relação aquelas lembranças.
Ao sair e deixar a porta bater, ponho meus braços no casaco e fecho-o. Na esquina próxima, luzes, música e bebida. Me parecia prudente ir até lá, e foi o que fiz. Entro por aquela porta enorme, e aquele barulho absurdo era agradável, hora parecia ocupar minha mente. O bar iluminado tinha um banco vazio, segui até ele e observei o rapaz chacoalhando aquela bebida que ao perceber minha presença põe suas mãos próximas a minha no balcão. Impossível ouvir algum tom de voz em meio aquela agitação toda, mas fiz sua leitura labial quando perguntou-me:
– O que deseja, senhorita?
Tantas opções de momentos de amnésia em minha frente, mas não pensei muito, e quis o de sempre.
– Um cowboy duplo, por favor.
Decido observar ao redor, aquelas pessoas me pareciam tão felizes, até que um sorriso em meio a tantos me chamou a atenção, me fez parar imediatamente e fitá-lo, até que seus olhos agora estão em mim, como se estivessem sorrindo para mim. Ousei dar alguns passos a frente, mas minha perplexidade me impediu, até que a vi caminhar, tão rápido que ao piscar os olhos ela já estava ali, enroscando seus braços na minha cintura e afundava seu rosto em meu pescoço, me abraçava e parecia que queria fazer de nós, um só. Sussurrou:
– Não sou a mesma sem você. - Parecia que o mundo inteiro havia se calado, não existia mais nada além do seu timbre soando aos meus tímpanos.
Algo aperta forte meu braço, aquela pontada de dor me fez abrir os olhos, ainda estava sentada no bar observando o rapaz a minha frente.
– Me desculpe. - Deu uma pequena pausa e continuou. - Tentei chamá-la, mas parecia não ouvir, como se estivesse num transe profundo!
– Está desculpado. - Lhe respondi com um olhar vazio.
– Aqui está sua dose, senhorita.
Abro a carteira retirando o dinheiro sem saber muito que estava fazendo, estava atordoada demais para detalhes. O copo estava a minha frente, segurei-o e num gole o esvaziei batendo-o em seguida vazio no balcão.
Olho para o lado e nada além de uma moça comum, muito bonita mas comum, era igual a todas, pois não era você. Respirei fundo e percebi que usava o seu cheiro, aquele que sempre ficara em minhas roupas depois de abraçar-lhe... Meio constrangida pela moça perceber que a estava fitando por um longo tempo, levantei-me e segui meu rumo.
Não lembro muito bem como cheguei, ou o que fiz no percurso até minha casa, mas não conseguia lembrar-me de absolutamente nada, estava dispersa demais. Quando cheguei ao meu apartamento tudo estava no lugar que deixei... Aqueles livros, aquelas roupas jogadas pelo chão e aquela saudade... Ah, a saudade... Essa parece que não adiante o que faça para tirá-la, irá continuar lá.
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Identidade.

terça-feira, 19 de abril de 2011
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Primeiros lapsos ao amanhecer.
Minha embriaguez não cede espaço para minha lucidez e em desequilíbrio sigo em passos em falso, onde me apoio em paredes e lembranças para continuar. No quarto solitário onde restam digitais e memórias olfativas, me perco em caminhos tortuosos que de alguma forma me levam a você. Provas e vestígios de sua presença são esquecidos para trás em meus lençóis amassados e perfumado pelo cheiro natural que emana do seu calor. Me vejo exausta, em pausa em frente aquela sensação viva que tive seu amor por alguns momentos, e fito meu olhar fixamente que circunstância alguma me tire daquele transe que me leva a cada milésimo utópico que se passou. Anseio para que o tempo decole, para que o álcool usado como antídoto de desilusões evapore por meus poros levando junto a si todas as certezas daquele deslize. O sol emite seus primeiros raios de vida, clareando aquele cenário e juntamente aquela alma atenta esperando o adormecer profundo e a amnésia daquela noite deplorável.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Dias vazios. Noites frias.
Noites frias me remetem a você, sinto-me lisonjeada por estar acompanhada por minha xícara de café e meu cigarro, mas é como se ainda me faltasse algo, que eu sei exatamente o que, seus dedos preenchendo os espaço entre os meus enquanto as horas passam e junto com ela conversas, sorrisos, momentos e a madrugada chega despercebida. Tenho muitas lembranças que posso detalha-las como se tivessem acontecido a segundos atrás, no meu subcoinciente você ainda vai estar sentado na varanda a minha espera, ou quando estiver destraída vou ser pega de surpresa por um abraço inusitado, doces lembranças, meras lembranças.. Apenas lembranças, eis a verdade! Hoje eu sou a solidão que me acompanha, sou o barulho do vento que entra por minha janela, sou o coração que dispara quando a campainha toca, sou o vinho meiado esquecido entre taças semi-vazias, sou alguém que espera por você a todo instante. Noites frias me fazem querer pegar o telefone e discar seu número, como se na minha mente só viesse aquele, como se quando o vento frio soprasse ao cair da tarde, fosse um aviso prévio que eu seria mais feliz aquela noite. Me perco em pensamentos, agora que tenho tanto tempo para mim mesma, tempo o suficiente para que eu sinta a sua falta. As noites não pareciam tão gélidas desde quando passei a apreciá-las sozinha, talvez noites frias me lembrem a você, pois desde que você partiu todas tenham sido.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
O silêncio dos que tem tanto a dizer.

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